A força de ser mulher

Por Aline Christina Brehmer 08/03/2019 - 10:52 hs
Foto: Aline Christina Brehmer/Jornal Café Impresso

O que três mulheres com diferença de idade de até 24 anos, que vivem distintas realidades e trajetórias, têm em comum? A força para vencer os desafios. Marli, Joziani, Angelita e Cristiani trabalham na mesma empresa, conversam e se veem todos os dias, mas ali, sentada em suas máquinas e trabalhando com confecção, elas também compartilham de diferentes histórias – que se tornam inspiradoras e motivacionais.

No dia de hoje, 8 de março, onde se comemora o Dia Internacional da Mulher, conversamos com cada uma elas. A seguir, quatro relatos que compõem diferentes trajetórias (com as quais você pode se identificar parcial ou totalmente) podem ser caracterizados por uma qualidade em comum: a vontade de sonhar e vencer.

“Somos guerreiras e merecemos curtir a vida”

“Hoje é um dia de tripla comemoração para mim. É Dia da Mulher, meu aniversário e também aniversário de casamento. Me sinto muito orgulhosa por saber de onde vim e onde cheguei hoje. Tudo o que tenho foi batalhado e suado para conseguir, nunca ganhei nada. Sempre trabalhei na área da costura, então abrir uma confecção foi algo que surgiu de forma natural e até mesmo óbvia em minha vida.

Mas eu coloco a mão na massa junto com as meninas, costuro e gosto do que faço, trabalho por amor mesmo. Quem chegar aqui e me procurar vai ver que estou sempre junto com elas, ajudando em algo, porque sempre tem o que fazer né? Trabalhamos nove horas direto e muitas vezes nem percebo, em meio às conversas e rotina que temos o tempo passa voando.

Ao mesmo tempo sinto que cumpri com minhas obrigações de certa forma. Claro que há mais de 20 famílias que dependem da gente aqui na empresa, mas falo da vida pessoal mesmo. Eu e meu marido temos uma filha de 23 anos que já mora junto com o namorado, então vejo que o momento agora é para me curtir, aproveitar, para viajar e conhecer o mundo, até porque os 50 estão chegando aí e a vida é uma só, é preciso ter histórias para contar.

Essas viagens são algo que eu e o Altair compartilhamos, estamos na mesma sintonia e vejo como é importante ter do lado alguém que some na sua trajetória e história. Desejo que haja amor, verdadeira felicidade e muitas realizações na vida das mulheres. Somos guerreiras e merecemos curtir a vida”, Marli Valt, 48 anos, proprietária da Walt Confecções.

“Acredito que ter sonhos é fundamental”

“Meu dia começa muito cedo. Já às 4h30 estou de pé para vir para o trabalho, onde fico até às 14h30, quando termina o expediente. Hoje sou noiva e mãe de uma menina de oito anos, então prefiro mesmo trabalhar no primeiro turno para poder curtir minha filha e meu noivo o máximo possível. Essa participação, no meu ponto de vista, é indispensável na vida de nossas crianças.

Trabalho aqui na Walt há quatro anos e hoje, se fosse para falar do meu grande sonho, sem dúvida a resposta é: ter minha casa própria. É algo pelo qual eu e meu companheiro estamos batalhando e tenho certeza que vai chegar a hora de colher esse fruto.

Acredito que ter sonhos é fundamental para nos mantermos ativos e com força, é o que nos incentiva a levantar da cama de madrugada todos os dias, buscar por algo a mais. Isso, claro, sem falar da independência. Saber que esse dinheiro que chega no fim do mês é fruto da sua dedicação e trabalho, que é seu por merecimento.

O que sempre digo à minha filha, e aproveito hoje para dizer a todas as mulheres, é que batalhem para construir suas vidas e terem suas coisas. Mas, acima de tudo, que se valorizem, se arrumem para estarem bonitas para si e não para os outros. A única forma de ser valorizada e reconhecida por quem você é, é justamente se valorizando também. Toda mulher tem algo de incrível e único, então descubra o que há de melhor em você e não tenha medo de demonstrar isso”, Cristiani Apolinario, 26 anos.

“É desafiado, mas vale a pena”

“Penso que se fosse para falar minha maior qualidade seria, sem dúvida, que não tenho medo de me arriscar. Me jogo de coração, encaro os desafios de cabeça erguida. Hoje vejo tantas mulheres se diminuíram para conseguir caber no mundo de outras pessoas e isso me revolta.

Sempre acreditei que a busca pela felicidade deve ser incessável e, se for preciso recomeçar, é o que a pessoa deve fazer. Estou no meu segundo casamento. Tenho dois filhos adolescentes do meu primeiro relacionamento e, agora, um bebê com um ano e dois meses.

Sem dúvida minha maior alegria é estar em família, meu momento com minhas crianças (porque todos os meus filhos sempre serão bebês para mim). Encontrei um companheiro que soma na minha vida, que me entende e ama mesmo nos dias em que não estou tão amável ou calma. Hoje nossa próxima meta é conseguir comprar a casa própria e sair do aluguel.

É claro que a rotina, o desafio de conciliar trabalho e maternidade, ainda com o casamento, cansa. Mas cada mulher deve procurar o que a realize e, se esse desejo for ter uma família, então mesmo em meio aos desafios será algo muito gratificante também”, Joziani Ambler Vicente, 34 anos.

“A vida vale a pena”

“Hoje quero viver para mim. Sonhar e construir em prol da minha felicidade. Tive grandes e lindos sonhos que já realizei, dentre eles o de casar e ser mãe. Hoje sou até avó, mas agora entro em uma nova fase que me faz buscar novos desafios e metas para minha vida.

Vivi muito para os outros e não me arrependo, afinal, é bom demais ver os filhos crescidos e encaminhados, felizes. Um casamento com o meu, que já dura há 33 anos, é claro que também não foi sempre fácil, mas valeu a pena.

A vida vale a pena e somos movidos por sonhos. Estou feliz por chegar até aqui. Trabalho como revisora e sou apaixonado pelo o que faço. Algo que nunca mudei ou irei mudar é que sempre, em qualquer coisa, busco dar o meu melhor, deixar algo bom de mim por onde passar.

O que eu posso dizer às mulheres em uma data tão importante quanto hoje é: não percam nunca a fé em Deus. Seja qual for o problema, Ele é seu refúgio e amparo para toda as situações. Deus ajuda, mas quem tem que levar a vida para frente é a gente, temos que ter fé em nós mesmas também.

Somos mulheres e podemos qualquer coisa. A mulher precisa se valorizar. Precisamos sim nos amar sem medo ou vergonha para, aí sim, amar os outros. Há coisas que somente a vinda nos ensina, mas o pensamento positivo e a fé nos movem adiante, rumos às conquistas”, Angelita Simardi Dalfovo, 50 anos.