Comissão recebe secretária para avaliar cenário da Saúde em SC
Uma das preocupações do Estado é com a taxa de ocupação dos leitos de UTI
Uma das preocupações do Estado é com a taxa de ocupação dos leitos de UTI
A Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa acompanha o
cenário da saúde em Santa Catarina e monitora desafios do setor, como a alta na
ocupação de leitos de UTI, e na procura por serviços de emergência, a fila das
cirurgias eletivas e o cenário epidemiológico atual.
Nesta terça-feira (16) o colegiado recebeu a secretária de
Estado da Saúde, Carmen Zanotto, que apresentou as estratégias adotadas pelo
governo do Estado no enfrentamento dessas demandas.
A secretária veio a convite do presidente da Comissão,
deputado Neodi Saretta (PT). “Propomos esse debate porque reconhecemos os
esforços da Saúde, mas precisamos dar voz a quem está na ponta e vive a
angústia da procura por atendimento na emergência, da espera por uma cirurgia,
por exemplo”, destacou Saretta.
Uma das preocupações do Estado é com a taxa de ocupação dos
leitos de UTI, que chegou a 94,14%. “Desde janeiro do ano passado abrimos 163
leitos, entre adultos, neonatais e pediátricos e continuamos trabalhando pela
ampliação. Estes leitos são permanentes e já estão à disposição da população,
permitindo que os pacientes não precisem esperar por uma vaga e, se houver esta
necessidade, a unidade hospitalar inclui a descrição clínica do paciente no
Sistema de Regulação de Leitos e a partir deste sistema, na indisponibilidade
de leito naquele município ou região, o Estado faz a transferência do
paciente”, explicou Zanotto.
Com relação aos leitos hospitalares clínicos, a média de
ocupação gira em torno de 60% e, segundo a secretária, além de adequações na
infraestrutura dos hospitais, o Estado também atua na ampliação dos leitos que
recebem, entre outras demandas, a de pacientes acometidos pela dengue.
Dengue em SC
Em Santa Catarina, que ainda está com Decreto de Emergência
vigente, o pico da dengue foi registrado no fim de março e a expectativa é de
que a doença tenha chegado a um platô.
Em 2024, o número de casos prováveis de dengue aumentou 185%
em relação ao ano passado. Dos 295 municípios catarinenses, 270 tiveram
notificação de casos prováveis. As regiões com maior complexidade são a
Nordeste, Vale do Itajaí e Oeste.
83 mortes foram registradas no estado em 2024, e outras 36
estão em investigação.
Entre as ações para o controle da doença, a secretária de
Saúde destaca a retirada de veículos dos pátios do Detran, a mobilização do dia
D, com eliminação semanal dos focos do mosquito Aedes aegypti em residências,
espaços e instituições públicos, a distribuição de inseticidas e de materiais
informativos, além da realização de campanha publicitária.
“Nós acreditamos que neste momento a gente estabilizou a
doença, mas não podemos facilitar, precisamos manter a vigilância permanente em
nossas casas e espaços públicos”, alertou Carmen Zanotto.
Com relação à cobertura de vacinação contra a dengue, a
região de Joinville, que foi a primeira a receber as doses ofertadas pelo
Ministério de Saúde, atingiu 73,12% do público alvo, que são crianças com
idades entre 10 e 14 anos.
“Recentemente o Estado recebeu uma nova remessa de vacinas,
que estão sendo aplicadas na região da Grande Florianópolis, porque mesmo com
as doses disponíveis, a cobertura ainda está muito baixa e nós temos o grande
desafio de chegar em cada uma destas crianças de 10 a 14 anos”, frisou.
Doenças respiratórias
Zanotto também fez um apelo aos grupos prioritários da
vacinação contra Influenza, para que procurem as unidades de saúde. “As
doenças respiratórias chegaram mais cedo este ano e nós já temos 2.250
notificações de síndromes respiratórias, principalmente entre as crianças e
idosos, por isso que a gente precisa insistir na vacina da gripe, que chegou
com 15 dias de antecedência no estado.”
Com mais de 3 milhões de doses disponíveis, Santa Catarina
vacinou apenas 20,02% do público alvo. “Nosso grande apelo é para que as
pessoas se vacinem. Por que temos o público alvo? Porque este é o que mais
adoece e mais vai a óbito, que são as nossas crianças, idosos e pessoas com
comorbidades. Então precisamos ampliar essa cobertura vacinal e este é o
trabalho intenso que estamos fazendo junto aos municípios para que a vacina
chegue ao braço de quem precisa receber.
Cirurgias eletivas
Sobre as cirurgias eletivas, a secretária acrescentou que
caso seja necessário, o Estado poderá, conforme a região, reduzir a realização
destes procedimentos para priorizar a internação de casos emergenciais em
decorrência de complicações respiratórias.
Segundo ela, o governo realizou, desde o início da gestão,
422.810 mil cirurgias eletivas. “No ano passado, nosso recorde foi registrado
no mês de agosto, com 12.615 procedimentos e em março deste ano nós
praticamente já batemos esta média, com 12.160 cirurgias. A tendência, se não
tivermos que reduzir estes procedimentos, é continuarmos num gráfico de
crescimento porque este mês já realizamos 7.023 cirurgias”, finalizou.
Avaliação
O presidente da Comissão de Saúde, deputado Neodi Saretta,
avaliou que as estratégias apresentadas pela pasta dão resultado, mas reforçou
que os problemas existem, e por isso o colegiado seguirá cobrando ações na
área.
“Queremos que haja envolvimento das secretarias municipais e
de Estado da Saúde, do Ministério da Saúde. Estes esforços precisam ser de
todos e a nossa expectativa é ver na prática, resultados em favor da saúde dos
catarinenses. Trazemos a voz daqueles que sofrem e precisamos verificar o que
está sendo feito agora e especialmente nos próximos meses, quando teremos o
pico das doenças respiratórias, por conta da aproximação do inverno ’’.
Também participaram da reunião os deputados Dr. Vicente Caropreso (PSDB), vice-presidente da Comissão, Lucas Neves (Podemos), Emerson Stein (MDB) e Maurício Peixer (PL).
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