Amazonas toma conta na Argentina

Os 52 atletas do time timboense se tornaram ídolos durante o Campeonato Sul Americano, que aconteceu na Argentina

Por Aline Christina Brehmer 19/07/2019 - 15:33 hs
Foto: Divulgação/Internet

Foram sete dias em um território completamente novo. O idioma era difícil de entender. Os lugares eram diferentes. A comida mais ainda. Mas, dentro de campo, eles se sentiam novamente em casa.

Os 52 atletas do time Amazonas, de Timbó, viveram uma experiência única nesse mês. No último dia 9 embarcaram rumo à Argentina, onde participaram da Copa Sul Americana.

Nas categorias Sub-11, Sub-13, Sub-14 e Sub-16, os atletas fizeram bonito e, competindo contra outras 113 equipes, chegaram na final – um orgulho imenso para o coordenador da equipe, Walbert Santana Costa.

Ele diz que a chance de, pela primeira vez, jogar fora do país, foi uma experiência sem dúvida enriquecedora na vida dos jovens jogadores. “Existe uma histórica rivalidade entre os argentinos e brasileiros quando estão dentro de campo, mas, fora dali, é incrível tudo o que vimos e vivemos. Uma recepção sem igual dos uruguaios, chilenos, paraguaios, argentinos e da equipe da República Tcheca que também foi convidada”, relata.

Uma conquista de todos

Walbert destaca, antes de tudo, que esse capítulo na história do time, que tem cinco anos de estrada, só foi possível graças ao apoio da comunidade, que colaborou nas ações realizadas pelo grupo para arrecadar dinheiro.

“Há atletas que talvez jamais teriam a chance de sair do país para jogar, mas graças ao carinho e apoio das pessoas daqui, conseguiram. Durante os jogos de lá haviam os empresários que já ficaram de olho em alguns jogadores do Amazonas que se destacaram e, claro, é isso que buscamos né? Ajudá-los a crescer e mostrar todo o seu potencial”, comenta o técnico.

Na classificação final, infelizmente o time não foi campeão em nenhuma categoria, porém, o Sub-11 chegou nas quartas de final, perdendo nos pênaltis. O Sub-13 chegou na final da Série Prata, mas também perdeu nos pênaltis. O Sub-14 também chegou na final e acabou sendo derrotado nos pênaltis, assim como o Sub-16, que perdeu os pênaltis na semifinal da Série Prata.

“Há quem pense que voltamos com sentimento de derrota, mas longe disso. Em meio a tantas equipes boas, chegamos nas finais e isso é uma verdadeira conquista”, garante Walbert.

Próximos desafios

Dentre muitos momentos que vivenciou junto aos atletas, ele destaca um que ficou marcado. Era na fase do mata-mata, jogando contra a equipe da Independiente Del Chaco. Ao final do jogo, a emoção tomou conta.

“O pessoal do outro time veio chorando cumprimentar a gente, abraçar a garotada, pedindo por fotos e querendo registrar aquele momento. Lá, nós éramos embaixadores e representantes do Brasil. Nosso uniforme, sendo amarelo, apenas reforça ainda mais isso. Demoramos para sair do estádio do Guarani e nossos jogadores do Amazonas não conseguiram compreender no momento tudo o que nosso time representou lá. Sendo tão jovens, já viveram um momento onde eram ídolos”, reflete Walbert.

E claro que a bola continua rolando aqui no Brasil também. De volta em território timboense desde a segunda-feira, dia 15, os jogadores agora se preparam para participar do Campeonato Regional Cacef, que já está em andamento, e do Campeonato Interclubes Society, que irá acontecer em Blumenau.

“Somos apenas peças e Deus é quem nos move”, diz Walber

Diante de uma nova fase que está chegando para o time, Walbert, que já foi atleta profissional do Fluminense, garante que hoje seu foco é 100% para treinar e capacitar o time que abraçou em 2013.

“Quero deixar aqui meu agradecimento ao presidente do Amazonas, Ademir Klug (Dimas), e também ao Celso Lamim e o Marcos Langa, por terem me escolhido para essa importante missão”, destaca.

O coordenador ainda estende seus cumprimentos ao secretário da Fundação Municipal de Esportes (FME) de Timbó, Márcio Elísio, pela parceria e ajuda nessa caminhada.

E, claro, seu principal agradecimento vai para a equipe. “Cair e levantar faz parte do jogo e também da vida. Não se pode desistir nunca. É preciso brigar pelos seus objetivos, ir atrás dos seus sonhos e, acima de tudo, ter fé. Deus é quem nos guia. Somos apenas uma peça no jogo e Ele é quem nos move. O esporte transforma vidas e eu sou exemplo disso. Agradeço pela oportunidade e, ainda mais, por ter a chance de nesse time poder estar ensinando também meu filho, Breno Santana Costa, que tem 13 anos e recentemente fez seu primeiro gol de cabeça internacional. Todos ali são como filhos para mim e me sinto na obrigação de ser o melhor técnico e coordenador possível para eles”, garante.